Pedro Parente (PSDB) e Michel Temer (MDB) levam o Brasil ao caos
O livre mercado mostra as suas garras novamente. Após dois anos de governo neoliberal e de implementação dessa lógica na administração da Petrobras, caminhoneiros param o Brasil depois de um aumento de mais de 50% nos combustíveis
Depois de dois anos
de uma política de governo mais voltada aos interesses dos acionistas e
investidores do que os interesses da população nacional, o Brasil chega ao caos depois de mais de uma semana de
paralisação dos caminhoneiros, tudo isso, depois de uma mudança no
modelo da política de preços dos combustíveis da Petrobrás, administrada pelo
presidente da empresa Pedro Parente (PSDB) avalizadas por Michel
Temer (MDB).
O que se trata a
nova política de preços? A política adotada atualmente, diferentemente dos modelos anteriores, igualou os preços
de venda do petróleo nacional aos preços internacionais,
independente do valor gasto pela Petrobras para a extração do
Petróleo.
Hoje mesmo a
Petrobras extraindo o petróleo do Pré-sal a U$$ 9,00 dólares o
barril, logo após essa extração, esse petróleo antes de ser
repassado as refinarias, tanto nacionais quanto internacionais, é igualado aos valores do Petróleo no mercado internacional que hoje estão em torno de aproximado U$$ 70,00 dólares. Isso faz com que o valor dos
produtos refinados acabem ficando mais caros e flutuantes, se
adequando aos preços internacionais diariamente, já que os preços
seriam, a partir dessa política, regulados e reajustados de acordo com
os preços internacionais.
Após essa mudança, os preços dos combustíveis tiveram mais de 200 reajustes, tendo a
gasolina aumentado mais de 56% e o diesel mais de 50% em mais ou
menos um ano. Como a atividade econômica nacional também caiu
bastante nesses últimos anos graças a política recessiva de Michel
Temer a frente do governo, o número de fretes também caiu nesse
período, fazendo com que a margem de lucro tivesse uma importante
queda nesse período, devido a lei da oferta e da procura.
Cansados de aumentos
sucessivos os caminhoneiros resolveram então entrar de greve e
pararam o país por mais de uma semana, forçando o governo a uma
mudança na política de preços da Petrobras para deixar o mercado
um pouco mais previsível. Depois de muita pressão o governo cedeu,
prometeu reduzir quarenta e nove centavos no preço do dísel,
congelar por 60 dias os preços do diesel e reajustar os preços dos
combustíveis apenas de 30 em 30 dias.
De forma prática, o
governo não alterou a política de preços da empresa que só
favorece aos acionistas, boa parte deles do mercado internacional,
que lucram com os altos custos dos combustíveis aos brasileiros,
tendo a Petrobras nesse período uma margem de lucro de mais de 150%
sobre o Petróleo bruto.
Todo o valor para o subsidio dessa redução dos preços dos combustíveis será bancado
pelo governo que enviará recursos para que a Petrobras possa abaixar
os preços do dísel na bomba. Estima-se que 13 bilhões
terão que ser repassados do governo a Petrobras para a redução
definida pelo acordo. E o governo já decidiu de onde vão sair esses
recursos para favorecer os investidores estrangeiros, serão
retirados da saúde, da educação e de empresas exportadores
brasileiras, já que ele é um governo do mercado e por isso os
acionistas são intocáveis.
Além disso, a
gasolina e o gás de cozinha não sofrerão nenhuma queda nos seus
valores na bomba e continuarão ainda sofrendo reajustes de acordo
com o mercado internacional, continuando a penalizar toda a sociedade
brasileiras que paga com o seu suor o lucro dos acionistas
especuladores de Nova York e da Ibovespa.
Qual a melhor ação
para resolução do problema? Uma empresa como a Petrobras, a qual, a
maioria das suas ações são do povo brasileiro, deve trabalhar em
beneficio da sociedade, em primazia, para depois se pensar no
benefício de acionistas e especuladores. Era assim que a empresa
trabalhava nos governos do PT.
O cálculo anterior dos preços dos combustíveis era gerenciado através de um controle
dos impostos federais, que incidiam sobre o mesmo, bem como, os preços
do petróleo repassado as refinarias nacionais eram calculados de
acordo com os valores gastos para a sua extração e não de acordo
com o mercado internacional. Portanto, se o Brasil conseguia extrair
o petróleo a 9,00 dólares o barril, no caso do pré-sal, adicionava-se um pequeno lucro
pela exploração por pate da Petrobras e ele era repassado a preços
muito abaixo do mercado internacional para as refinarias brasileiras. Assim, a
Petrobras tinha lucro e cumpria o seu papel social junto a sociedade brasileira, que é de trazer combustíveis a preços razoáveis para a população.
Quando mudou esse
modelo, colocou-se os interesses internacionais e dos acionistas acima
dos interesses da sociedade brasileira, ocasionando o caos em que
vivemos nas ultimas semanas devido a justa greve dos caminhoneiros.
Empresa pública deve defender os interesses nacionais e não apenas
do mercado. Pedro Parente e Michel Temer inverteram a lógica de
forma que nenhuma empresa do modelo da Petrobras já havia feito no
mundo. Pela lógica aplicada pelos dois no mercado nacional, é como
se o Brasil fosse totalmente dependente do Petróleo internacional,
sendo que o país na verdade é auto suficiente nesse quesito depois
das explorações do pré-sal. É uma lógica totalmente absurda de
mercado, onde quem sai na vantagem são apenas acionistas que não
geram riqueza nenhuma para o país e quem sai no prejuízo é
exclusivamente o povo que paga essa conta, com os preços abusivos dos combustíveis.
Além disso, com o
aumento dos preços do petróleo repassados as refinarias, os preços
do refino brasileiro passaram a ficar menos interessantes do que a do
mercado internacional, fazendo com que a Petrobras aumentasse a sua
venda do Petróleo bruto para o exterior e aumentasse também a sua
compra de derivados a preços internacionais, deixando ociosa a
capacidade de refino brasileiro, algo que gera impacto substancial na
nossa balança comercial. É uma política totalmente de defesa dos
interesses internacionais em detrimento dos interesses nacionais.
Algo que chega a beira do absurdo. Em uma nota lançada pelos
professores de Economia da UFRJ afirmam que essa opção tomada pela
Petrobras geram prejuízos anuais ao Brasil de pelo menos 740 milhões
anuais, pela ociosidade das nossas refinarias em detrimento da compra
de combustíveis e geração de empregos em países estrangeiros a preços muito mais caros de que se o refino fosse realizado no Brasil.
O Brasil precisa
acordar dessa lógica privatista e entreguista já vista no passado
nos governos de FHC, que são práticas corriqueiras dos governos do
PSDB, antes que a nossa empresa mais valiosa esteja toda retalhada e
privatizada.
Anderson Silva
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