sábado, 2 de junho de 2018

Pedro Parente (PSDB) e Michel Temer (MDB) levam o Brasil ao caos

O livre mercado mostra as suas garras novamente. Após dois anos de governo neoliberal e de implementação dessa lógica na administração da Petrobras, caminhoneiros param o Brasil depois de um aumento de mais de 50% nos combustíveis


Depois de dois anos de uma política de governo mais voltada aos interesses dos acionistas e investidores do que os interesses da população nacional, o Brasil chega ao caos depois de mais de uma semana de paralisação dos caminhoneiros, tudo isso, depois de uma mudança no modelo da política de preços dos combustíveis da Petrobrás, administrada pelo presidente da empresa Pedro Parente (PSDB) avalizadas por Michel Temer (MDB).

O que se trata a nova política de preços? A política adotada atualmente, diferentemente dos modelos anteriores, igualou os preços de venda do petróleo nacional aos preços internacionais, independente do valor gasto pela Petrobras para a extração do Petróleo.

Hoje mesmo a Petrobras extraindo o petróleo do Pré-sal a U$$ 9,00 dólares o barril, logo após essa extração, esse petróleo antes de ser repassado as refinarias, tanto nacionais quanto internacionais, é igualado aos valores do Petróleo no mercado internacional que hoje estão em torno de aproximado U$$ 70,00 dólares. Isso faz com que o valor dos produtos refinados acabem ficando mais caros e flutuantes, se adequando aos preços internacionais diariamente, já que os preços seriam, a partir dessa política, regulados e reajustados de acordo com os preços internacionais.

Após essa mudança, os preços dos combustíveis tiveram mais de 200 reajustes, tendo a gasolina aumentado mais de 56% e o diesel mais de 50% em mais ou menos um ano. Como a atividade econômica nacional também caiu bastante nesses últimos anos graças a política recessiva de Michel Temer a frente do governo, o número de fretes também caiu nesse período, fazendo com que a margem de lucro tivesse uma importante queda nesse período, devido a lei da oferta e da procura.

Cansados de aumentos sucessivos os caminhoneiros resolveram então entrar de greve e pararam o país por mais de uma semana, forçando o governo a uma mudança na política de preços da Petrobras para deixar o mercado um pouco mais previsível. Depois de muita pressão o governo cedeu, prometeu reduzir quarenta e nove centavos no preço do dísel, congelar por 60 dias os preços do diesel e reajustar os preços dos combustíveis apenas de 30 em 30 dias.

De forma prática, o governo não alterou a política de preços da empresa que só favorece aos acionistas, boa parte deles do mercado internacional, que lucram com os altos custos dos combustíveis aos brasileiros, tendo a Petrobras nesse período uma margem de lucro de mais de 150% sobre o Petróleo bruto.

Todo o valor para o subsidio dessa redução dos preços dos combustíveis será bancado pelo governo que enviará recursos para que a Petrobras possa abaixar os preços do dísel na bomba. Estima-se que 13 bilhões terão que ser repassados do governo a Petrobras para a redução definida pelo acordo. E o governo já decidiu de onde vão sair esses recursos para favorecer os investidores estrangeiros, serão retirados da saúde, da educação e de empresas exportadores brasileiras, já que ele é um governo do mercado e por isso os acionistas são intocáveis.

Além disso, a gasolina e o gás de cozinha não sofrerão nenhuma queda nos seus valores na bomba e continuarão ainda sofrendo reajustes de acordo com o mercado internacional, continuando a penalizar toda a sociedade brasileiras que paga com o seu suor o lucro dos acionistas especuladores de Nova York e da Ibovespa.

Qual a melhor ação para resolução do problema? Uma empresa como a Petrobras, a qual, a maioria das suas ações são do povo brasileiro, deve trabalhar em beneficio da sociedade, em primazia, para depois se pensar no benefício de acionistas e especuladores. Era assim que a empresa trabalhava nos governos do PT.

O cálculo anterior dos preços dos combustíveis era gerenciado através de um controle dos impostos federais, que incidiam sobre o mesmo, bem como, os preços do petróleo repassado as refinarias nacionais eram calculados de acordo com os valores gastos para a sua extração e não de acordo com o mercado internacional. Portanto, se o Brasil conseguia extrair o petróleo a 9,00 dólares o barril, no caso do pré-sal, adicionava-se um pequeno lucro pela exploração por pate da Petrobras e ele era repassado a preços muito abaixo do mercado internacional para as refinarias brasileiras. Assim, a Petrobras tinha lucro e cumpria o seu papel social junto a sociedade brasileira, que é de trazer combustíveis a preços razoáveis para a população.

Quando mudou esse modelo, colocou-se os interesses internacionais e dos acionistas acima dos interesses da sociedade brasileira, ocasionando o caos em que vivemos nas ultimas semanas devido a justa greve dos caminhoneiros. Empresa pública deve defender os interesses nacionais e não apenas do mercado. Pedro Parente e Michel Temer inverteram a lógica de forma que nenhuma empresa do modelo da Petrobras já havia feito no mundo. Pela lógica aplicada pelos dois no mercado nacional, é como se o Brasil fosse totalmente dependente do Petróleo internacional, sendo que o país na verdade é auto suficiente nesse quesito depois das explorações do pré-sal. É uma lógica totalmente absurda de mercado, onde quem sai na vantagem são apenas acionistas que não geram riqueza nenhuma para o país e quem sai no prejuízo é exclusivamente o povo que paga essa conta, com os preços abusivos dos combustíveis.

Além disso, com o aumento dos preços do petróleo repassados as refinarias, os preços do refino brasileiro passaram a ficar menos interessantes do que a do mercado internacional, fazendo com que a Petrobras aumentasse a sua venda do Petróleo bruto para o exterior e aumentasse também a sua compra de derivados a preços internacionais, deixando ociosa a capacidade de refino brasileiro, algo que gera impacto substancial na nossa balança comercial. É uma política totalmente de defesa dos interesses internacionais em detrimento dos interesses nacionais. Algo que chega a beira do absurdo. Em uma nota lançada pelos professores de Economia da UFRJ afirmam que essa opção tomada pela Petrobras geram prejuízos anuais ao Brasil de pelo menos 740 milhões anuais, pela ociosidade das nossas refinarias em detrimento da compra de combustíveis e geração de empregos em países estrangeiros a preços muito mais caros de que se o refino fosse realizado no Brasil.

O Brasil precisa acordar dessa lógica privatista e entreguista já vista no passado nos governos de FHC, que são práticas corriqueiras dos governos do PSDB, antes que a nossa empresa mais valiosa esteja toda retalhada e privatizada.

Anderson Silva

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