quarta-feira, 23 de novembro de 2016

O governo tende a ser breve, mas os estragos serão permanentes

Os indicadores dos primeiros seis meses de governo Michel Temer são os piores possíveis, altos índices de desemprego, queda na atividade econômica industrial, do comércio e de serviços, queda na expectativa do PIB para os anos de 2016 e 2017, além de queda brusca na arrecadação federal


Os defensores da mudança de governo, de Dilma para Temer, diziam que o governo e os indicadores econômicos não poderiam piorar após a mudança. Entretanto, isso não se concretizou. Com seis meses de governo Michel Temer, praticamente todos os indicadores econômicos e sociais pioraram no período de governo e nas projeções para o futuro. 

O governo não tomou medidas estruturantes para o aquecimento da economia e do crescimento do PIB Nacional e focou os seus esforços na redução de recursos aplicados pelo Estado para atendimento da população. Essas ações tendem a tirar ainda mais recursos do mercado produtivo e consequentemente reduzir ainda mais a atividade econômica, causando queda na demanda e mais desemprego.

Os altos níveis de desemprego e desocupação que são recorde histórico, atualmente mais de 22 milhões de pessoas desocupadas no Brasil, tem gerado uma queda na demanda por produtos no mercado, já que uma pessoa desempregada não tem recursos para comprar e movimentar a economia. Esse fator é um dos grandes responsáveis pela queda no PIB em todas às áreas - indústria, comércio e serviços. As expectativas do PIB para este e para o ano que vem só pioram a cada projeção feita pelo mercado, IBGE e pelo Banco Central. Essa piora dos índices econômicos são reflexo da falta de ação governamental visando ao aumento de demanda e aquecimento do mercado produtivo, que só ocorre quando o Estado aplica recursos na economia, pricipalmente, em obras de infraestrutura e construção civil. Nos primeiros meses de governo o novo presidente tomou medidas visando atender ao mercado especulativo que consiste, basicamente, na redução de investimentos do governo federal em todas as áreas sociais, incluindo investimentos, na contramão das necessidades momentâneas do Estado para a retomada do crescimento.

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Como o Rio de Janeiro chegou à situação atual?

Escândalos de Corrupção, desonerações fiscais estaduais, terceirização e concessões com contratos milionários, queda da atividade econômica do estado totalmente dependente dos royalties do petróleo e dos investimentos da Petrobras são alguns dos fatores que levaram a queda de um dos Estados mais desenvolvidos do país


Essa semana foi movimentada no Estado do Rio de Janeiro. A Assembleia Legislativa do Estado iniciou a votação de programas de austeridades retirando direitos sociais dos servidores públicos e aposentados para sanar as dívidas do Estado que, hoje, tem suas contas apresentando uma situação crítica. Mas, quais os fatores que levaram o Estado a essa situação?

O fato de ter dois governadores presos em menos de 24 horas por estarem envolvidos em escândalos de corrupção pode ser um indício de que boa parte dos recursos aplicados pelo Estado eram desviados através da corrupção. Para se ter uma ideia, as desonerações concedidas pelo Estado às empresas entre os anos de 2008 e 2013 foram de aproximadamente 138 bilhões de ICMS. Esses valores certamente pagariam em muitos meses a folha de pagamento do Estado. Por falar em corrupção, certamente, parte dessas desonerações acontece através de lobbies na casa legislativa e negociatas também com o chefe do executivo.

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

As falácias do governo atual sobre a PEC 241 - 55

As promessas do governo atual com relação à retomada do crescimento após a aprovação do novo regime fiscal não serão cumpridas.


O governo está aplicando o remédio errado, pois o diagnóstico é errado! Não vivemos uma crise devido ao tamanho das despesas, mas sim à redução da arrecadação ocorrida principalmente pela queda do consumo.


O governo atual engana os brasileiros quando diz que o caminho para sair da crise é a aprovação de um novo regime fiscal visando à redução de gastos gerais primários do governo federal. O que seriam os tais gastos primários? Os gastos primários constituem em gastos e investimentos do governo em áreas sociais como a previdência social, recursos para a educação, saúde, segurança, habitação, infraestrutura e outras áreas de responsabilidade do Estado para atendimento das necessidades da população. Uma vez que o novo regime fiscal altera apenas esses recursos e não altera os gastos com juros da dívida pública pagos pelo governo que, hoje, é responsável por quase 50% do nosso orçamento, tendemos a crescer a nossa dívida, aumentar os nossos problemas sociais e inviabilizar uma melhoria dos serviços públicos do país. 

O diagnóstico do governo com relação à crise brasileira é errado. Não vivemos atualmente uma crise nos gastos, como prega a grande mídia, dizendo que os governos do PT aumentaram muito os gastos públicos e agora o Estado não tem condições de arcar com eles, e sim, devido a uma queda brusca nas receitas ocorridas exatamente pela queda da nossa atividade econômica gerada pela crise.