sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Cinquenta tons de Temer

Frase de Guilherme Boulos foi uma das mais destacadas no twitter. Na sua visão, a grande maioria dos candidatos a presidência do Brasil representam a continuidade do governo Temer.


Guilherme Boulos do PSOL citou em meio as suas falas no debate da Band que os candidatos participantes do debate representam os 50 tons de Temer. O presidenciável foi um dos destaques do debate que contou também com a participação dos candidatos Alvaro Dias (Podemos), Cabo Daciolo (Patriota), Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB), Henrique Meireles (MDB), Jair Bolsonaro (PSL) e Marina Silva (Rede).

E o candidato, em certa medida, tem razão em sua afirmação. Entre os candidatos participantes do debate, a maioria tem os seus partidos na base aliada de Temer aprovando projetos importantes para o governo, mas muito criticados pela população, como a Terceirização Irrestrita, a Reforma Trabalhista, e a PEC 95 que congelou os gastos públicos pelos próximos 20 anos, que já tem trazido como principal consequência a impossibilidade dos Estados de honrar com o pagamento dos seus servidores, problema esse que só tende a ser agravado com o passar dos anos.

Entre os partidos que ajudaram a aprovar todos essas ações do governo Michel Temer e que estavam a favor da reforma da previdência que tem mais de 90% de rejeição da população estão o Podemos de Alvaro Dias, o Patriota de Cabo Darciolo, o PSDB de Geraldo Alckmin, que votou junto a Temer em mais de 86% de seus projetos, sendo um dos partidos mais fiéis ao seu governo, o MDB, partido de Temer e que tem como candidato a presidente Henrique Meireles, seu ministro da fazenda que foi um dos propositores da maioria desses projetos e o PSL de Jair Bolsonaro. Esses são os 50 tons de Temer destacado por Guilherme Boulos e que se eleitos tenderão a dar continuidade as atividades realizadas por Michel Temer, inclusive na aprovação da Reforma da Previdência que fará com que os trabalhadores tenham que trabalhar mais para se aposentarem, dependendo do modelo de aprovação, para receber menos ao se aposentarem. Marina Silva, mesmo não fazendo parte desse grupo de parlamentares da base aliada de Temer e nem tendo o seu partido como aliado, já declarou concordar com boa parte dos projetos aprovados pelo atual governo.

Entre os partidos dos presidenciáveis que não apoiaram as propostas de Temer e que não fazem parte da base aliada do governo,  estavam Ciro Gomes do PDT, Guilherme Boulos do PSOL, que foi um dos partidos que menos votaram a favor dos projetos de Temer na Câmara dos deputados, o que o coloca como um dos principais opositores ao governo rejeitado por mais de 95% da população e Marina Silva da Rede.

Outro partido que foi critico e contrário as ações de Temer na presidência foi o PT que não teve participantes no debate realizado pela Band pelo fato de seu candidato a presidência estar preso. O PT tentou entrar com mandatos de segurança para que Lula pudesse participar dos debates ou que o seu vice Fernando Haddad pudesse o representar, mas os pedidos foram negados pela justiça e pela emissora de televisão.

O PT resolveu então realizar um debate paralelo pelas redes sociais com o programa de governo do partido, que foi muito bem sucedido. Estima-se que o debate que contou com a participação de Fernando Haddad, Gleise Hoffmann, Manuela D’Avila e Sérgio Gabrielli pode ter atingido um público de até um milhão de pessoas. O debate da Band só na cidade de São Paulo no momento de maior audiência, chegou a picos de aproximadamente 3 milhões de pessoas, entretanto, com um modelo muito corrido de perguntas, respostas e devido ao grande número de candidatos, foi difícil de discutir propostas, fazendo com que a participação dos candidatos presentes, individualmente, fosse muito pequena, mesmo com quase três horas de debate.

O modelo de debate exclusivo do PT para apresentação do programa de governo atingindo o público expressivo pelas redes sociais, talvez tenha sido mais interessante tanto para o partido em sua campanha eleitoral quanto para os seus telespectadores do que o próprio debate da Band que foi disperso e morno na maior parte do tempo.

O fato de Lula, o candidato com quase 60% das intenções de votos não ter participado e não ter tido um representante, certamente contribuiu para que o debate fosse desinteressante para boa parte do público. Como candidato, segundo as leis do país, Lula deveria ter direito a todas as prerrogativas dos demais candidatos, já que ainda tem instâncias judiciais para recorrer, entretanto, todos os seus pedidos de participação do debate, inclusive, por videoconferência foram negados pela justiça, o que corrobora com a versão dada pelo Partido dos Trabalhadores de que Lula é um preso político e está sendo perseguido pela justiça, que já permitiu entrevista de vários políticos presos, como Eduardo Cunha por exemplo, mas não permite nenhuma entrevista com Lula, candidato a presidente com possibilidades reais de vitória em primeiro turno.

Anderson Silva

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domingo, 5 de agosto de 2018

O não voto favorece a elite antipovo

O não voto ou o voto de baixa qualidade só favorece os mais ricos e destroem as esperanças da população mais humilde do país.


Há pouco mais de um ano presenciávamos a votação do pedido de investigação do presidente Michel Temer na Câmara dos Deputados. Naquela altura, o seu governo já era o mais rejeitado da história do país, com sérios problemas na administração e crises constantes de corrupção. Além disso, mais de 70% da população apoiavam o afastamento do presidente para ser investigado e o que os nossos representantes da Câmara dos Deputados decidiram após serem comprados a luz do dia com bilhões de reais de impostos pagos pela sociedade? Que Temer deveria ser investigado, mas após acabar o seu mandato, diziam a maioria dos deputados nos microfones daquela casa que deveria ser a casa do povo. Seria cômico se não fosse trágico que os nossos deputados pensem que se há dúvida de que alguém cometeu corrupção o melhor lugar para ele estar é na presidência da República. 

Isso demonstra o quanto o voto de baixa qualidade ou o não voto influem diretamente nas decisões mais importantes do nosso país. Nesses últimos anos ficou muito claro a importância do Congresso Nacional para termos um governo realmente popular, soberano e que busca um verdadeiro desenvolvimento social para o nosso país. Mas, ao mesmo tempo percebemos que o nosso Congresso atual é formado basicamente por multimilionários, que só defendem os seus próprios interesses e que, se for para levar algum tipo de vantagem vendem todos os recursos nacionais a preços irrisórios, pois não dão a mínima importância para o desenvolvimento social e econômico do nosso país. E a responsabilidade por esse Congresso tão corrupto é de quem? Do povo brasileiro. 

Um povo em pleno o século XXI já deveria entender que a política é um meio de decidir boa parte do funcionamento da sociedade e o quão importante é fazer parte da democracia, de acompanhar as ações que os seus representantes estão tomando em seu nome. Se isso não é feito não há uma possibilidade real de julgar se aquelas pessoas em que você simpatiza merecem os seus votos ou não. 

Quando as pessoas não votam ou anulam os seus votos, indiretamente, elas participam da mesma forma do processo eleitoral, pois quando você se abstém da escolha, de certa forma, está permitindo que outra pessoa haja no seu lugar e escolha por você, especialmente, no que diz respeito aos votos proporcionais. Portanto, na atual situação em que vivemos, o não voto favorece aos mais ricos, já que a nossa correlação de forças é muito inferior quando comparada a dos grandes empresários que possuem recursos para a divulgação de suas campanhas. Votar nulo e branco não anula eleições como alguns grupos querem incentivar que o eleitor faça. Tudo que um voto nulo tende a fazer é privilegiar aqueles candidatos que possuem mais recursos para as campanhas, que normalmente, possuem uma rede de cabos eleitorais maior e tem mais chance de eleger através dos recursos de campanha sem nenhuma ideologia ou com ideologia contrária aos interesses das classes trabalhadoras.

Portanto, o que o não voto ou o voto de baixa qualidade tem feito com o Brasil é trazer uma política com viés neoliberal que só prejudica os mais pobres; a possibilidade do nosso Congresso aprovar uma reforma trabalhista que só gerou desemprego, baixos salários e precarização do trabalho; as condições para que o governo mais impopular da história pudesse vender as empresas brasileiras a preços extremamente baixos no mercado, para favorecer apenas os milionários e investidores; criou as condições para que Michel Temer saísse de duas votações pedindo a sua investigação, ileso, mesmo contra a vontade da maioria esmagadora da população; a possibilidade de aprovação de uma emenda constitucional que para o Brasil por 20 anos, congelando recursos da saúde, educação, segurança entre outros e trazendo esse caos que o país vive atualmente. 

Como melhorar a qualidade do voto e mudar a realidade do Brasil? Primeiro temos que conhecer o nosso sistema político para isso. O nosso sistema é bicameral em nível nacional, tendo a Câmara dos Deputados e o Senado Federal. Na Câmara dos Deputados o voto é proporcional e um pouco mais confuso para que a população entenda, mas é necessário compreender esse sistema para ter um voto mais popular e de maior qualidade. Quando você vota em um candidato, automaticamente, por esse sistema, você está votando também nos partidos que fazem parte daquela coligação. Na verdade, o voto tem primazia no partido político/coligação, para depois, dentro daquele grupo de deputados pertencentes a aquela coligação verificar quem teve o maior número de votos e efetivamente ocupar a vaga. Portanto, antes de estar votando em um candidato você está votando em um partido/coligação e é isso que tem que ficar muito claro. É necessário que o povo brasileiro entenda que os partidos normalmente agem de acordo com a definição de sua cúpula, podendo até mesmo punir os seus deputados por não votarem de acordo com as definições do partido. Portanto, antes de votar em um Deputado Federal é importante que você analise o que os eleitos daquele partido tem feito nos mandatos anteriores, para realizar uma escolha de um candidato que vá efetivamente defender os seus interesses. A lógica da escolha deveria ser primeiro no partido, para depois definir qual o candidato daquele partido melhor o representa para ter o seu voto. Em um voto racional de acordo com o nosso sistema político esse é o modelo ideal, haja vista que não adianta nada se ter um presidente progressista e um Congresso totalmente conservador e vice-versa. Em uma situação como essa o país fica quase ingovernável. 

No senado essa escolha costuma ser um pouco mais fácil, pois os senadores são escolhidos através do voto direto e portanto, tudo que o eleitor precisa fazer e avaliar o viés político de seu partido político para a tomada de decisão. Lembre-se um candidato que promete uma coisa e seu partido atua de forma contrária a esses anseios dificilmente conseguirá cumprir com as suas promessas. 

Portanto, em uma lógica progressista que é o que esse blog defende a primeira coisa deve-se avaliar para escolher o voto são os partidos que foram contrários a PEC 241 na Câmara dos Deputados, que congelou os recursos da saúde, educação, segurança, assistência social, entre outros pelos próximos 20 anos. Na visão desse blog isso é um crime contra a sociedade, inclusive afetando o salário dos servidores públicos dos Estados, que se não estão recebendo como deveriam, isso se deve também a essa PEC que tende a congelar também o futuro do nosso país. 

O segundo ponto que deve ser avaliado são aqueles partidos que definiram ficar ao lado de Temer quando ele recebeu a denúncia para ser investigado. Aqueles deputados foram comprados a luz do dia com os nossos recursos e não nos representam, portanto, esses partidos deveriam ser retirados pela população do Congresso Nacional. 

Se fizermos isso, tenho certeza que os próximos deputados pensarão melhor antes de tomar decisões contra o que pretende mais de 70% da população brasileira. A nossa resposta tem que ser dada nas urnas. Os partidos que se enquadram mais nessa análise nas duas votações, e que portanto possuem um viés progressistas e deveriam ser votados pelas classes trabalhadoras são na ordem: PSOL, PCdoB, PT, Rede, PMB e PDT. Os demais lutaram contra o povo durante esses dois anos e portanto não merecem os votos da classe trabalhadora. 

Nunca tivemos uma oportunidade tão grande de saber quem está ao nosso lado e quem está contra nós, cabe ao povo tomar as rédeas de seu destino e escolher o caminho que quer seguir. Se é o rumo progressista que pode nos levar a ser um país soberano e desenvolvido ou se quer continuar nessa lógica neoliberal, conservadora, destruidora de direitos e do futuro de nossa nação. 

Anderson Silva

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sábado, 28 de julho de 2018

Lula, o imbatível no voto!

Lula é um fenômeno de votos! Até fevereiro desse ano, antes das eleições na Rússia, Lula era o cidadão mundial mais votado da história da humanidade para presidente. Caso não seja impedido de ser eleito nas eleições de 2018, Lula pode ampliar ainda mais esse recorde e vencer as eleições brasileiras ainda no primeiro turno.


Até o início desse ano Lula era o personagem da história da humanidade mais votado para presidente da república, com 136 milhões de votos em primeiros turnos. E a sua história de sucesso nas urnas tende a não parar por aí. O ex-presidente da república é primeiro lugar nas intenções de votos para as eleições de 2018, tendo grandes chances de vencer as eleições em primeiro turno, como demonstra os resultados da pesquisa da revista Vox Populi divulgada no dia 23/07/2018. Essa pesquisa, a primeira depois das ações dos desembargadores que geraram um embaraço no judiciário de Curitiba, devido a ordens de soltura não cumpridas pela polícia Federal no fim de semana do dia 08 de julho, coloca o ex-presidente em uma tendência de crescimento de intenções de voto.

Após essa ocorrência que demonstrou a parcialidade da justiça brasileira, que fez com que um juiz de férias entrasse no caso e despachasse de Portugal, Lula continua com tendência de crescimento em todos os cenários, tanto de primeiro turno, onde tem mais votos do que todos os demais candidatos somados, como também no segundo turno, em que ganha com uma vantagem enorme as eleições contra qualquer candidato.

No voto espontâneo, que é o voto mais provável de ser mantido até o fim do processo eleitoral, Lula tem 37% das intenções de voto no primeiro turno, enquanto o segundo colocado Jair Bolsonaro tem apenas 10% das intenções de voto. Esse dado demonstra o quão sólida é a vontade da maioria do povo brasileiro de ter Lula novamente na presidência, mesmo ele estando preso a mais de 100 dias.

Lula é o centro da política atual como tem sido nas últimas eleições após o ano de 2003, quando assumiu o governo pela primeira vez. Na eleição seguinte, teve a condição de vencer ainda no primeiro turno, mas as eleições acabaram sendo decididas no segundo turno quando Lula teve mais votos do que no primeiro turno ao contrário de seu adversário Geraldo Alckmin, que teve menos votos do que no primeiro turno e, que nesse ano, tende a ser o seu principal concorrente também nas eleições atuais.

É impressionante a capacidade de absorção de votos de Lula e a sua resiliência, não prevista pelos integrantes do judiciário, políticos ligados a direita do país e até a mídia corporativa, que pareciam acreditar que quando Lula fosse preso perderia de vez a sua capacidade de angariar votos. O que se viu na verdade foi que após a sua prisão houve um crescimento mês a mês de suas intenções de voto.

Lula na pesquisa Vox Populi ganha em todas as regiões do Brasil, incluindo São Paulo, que é a região mais crítica as políticas implementadas pelo PT e pelo ex-presidente. No Nordeste é impressionante a sua frente nas pesquisas eleitorais. A força de Lula é tão grande que nenhum candidato nem de esquerda nem de direita tem condições de criticar o candidato ou tende a perder muitos votos. Portanto, em tese todos os candidatos do Nordeste ou apoiarão Lula ou farão uma política de não ataque a ele.


Todo esse contexto caracteriza o ex-presidente Lula como um fenômeno de votos o colocando definitivamente na história do Brasil e do mundo como um dos políticos mais carismáticos da história mundial de todos os tempos.

Que a democracia possa retornar, que o povo possa ter o direito de escolher quem quer ver como o seu próximo presidente em 2019 ou o Brasil não terá um governo legítimo para o colocá-lo de volta aos caminhos do desenvolvimento.

Anderson Silva

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sábado, 2 de junho de 2018

Pedro Parente (PSDB) e Michel Temer (MDB) levam o Brasil ao caos

O livre mercado mostra as suas garras novamente. Após dois anos de governo neoliberal e de implementação dessa lógica na administração da Petrobras, caminhoneiros param o Brasil depois de um aumento de mais de 50% nos combustíveis


Depois de dois anos de uma política de governo mais voltada aos interesses dos acionistas e investidores do que os interesses da população nacional, o Brasil chega ao caos depois de mais de uma semana de paralisação dos caminhoneiros, tudo isso, depois de uma mudança no modelo da política de preços dos combustíveis da Petrobrás, administrada pelo presidente da empresa Pedro Parente (PSDB) avalizadas por Michel Temer (MDB).

O que se trata a nova política de preços? A política adotada atualmente, diferentemente dos modelos anteriores, igualou os preços de venda do petróleo nacional aos preços internacionais, independente do valor gasto pela Petrobras para a extração do Petróleo.

Hoje mesmo a Petrobras extraindo o petróleo do Pré-sal a U$$ 9,00 dólares o barril, logo após essa extração, esse petróleo antes de ser repassado as refinarias, tanto nacionais quanto internacionais, é igualado aos valores do Petróleo no mercado internacional que hoje estão em torno de aproximado U$$ 70,00 dólares. Isso faz com que o valor dos produtos refinados acabem ficando mais caros e flutuantes, se adequando aos preços internacionais diariamente, já que os preços seriam, a partir dessa política, regulados e reajustados de acordo com os preços internacionais.

Após essa mudança, os preços dos combustíveis tiveram mais de 200 reajustes, tendo a gasolina aumentado mais de 56% e o diesel mais de 50% em mais ou menos um ano. Como a atividade econômica nacional também caiu bastante nesses últimos anos graças a política recessiva de Michel Temer a frente do governo, o número de fretes também caiu nesse período, fazendo com que a margem de lucro tivesse uma importante queda nesse período, devido a lei da oferta e da procura.

Cansados de aumentos sucessivos os caminhoneiros resolveram então entrar de greve e pararam o país por mais de uma semana, forçando o governo a uma mudança na política de preços da Petrobras para deixar o mercado um pouco mais previsível. Depois de muita pressão o governo cedeu, prometeu reduzir quarenta e nove centavos no preço do dísel, congelar por 60 dias os preços do diesel e reajustar os preços dos combustíveis apenas de 30 em 30 dias.

De forma prática, o governo não alterou a política de preços da empresa que só favorece aos acionistas, boa parte deles do mercado internacional, que lucram com os altos custos dos combustíveis aos brasileiros, tendo a Petrobras nesse período uma margem de lucro de mais de 150% sobre o Petróleo bruto.

Todo o valor para o subsidio dessa redução dos preços dos combustíveis será bancado pelo governo que enviará recursos para que a Petrobras possa abaixar os preços do dísel na bomba. Estima-se que 13 bilhões terão que ser repassados do governo a Petrobras para a redução definida pelo acordo. E o governo já decidiu de onde vão sair esses recursos para favorecer os investidores estrangeiros, serão retirados da saúde, da educação e de empresas exportadores brasileiras, já que ele é um governo do mercado e por isso os acionistas são intocáveis.

Além disso, a gasolina e o gás de cozinha não sofrerão nenhuma queda nos seus valores na bomba e continuarão ainda sofrendo reajustes de acordo com o mercado internacional, continuando a penalizar toda a sociedade brasileiras que paga com o seu suor o lucro dos acionistas especuladores de Nova York e da Ibovespa.

Qual a melhor ação para resolução do problema? Uma empresa como a Petrobras, a qual, a maioria das suas ações são do povo brasileiro, deve trabalhar em beneficio da sociedade, em primazia, para depois se pensar no benefício de acionistas e especuladores. Era assim que a empresa trabalhava nos governos do PT.

O cálculo anterior dos preços dos combustíveis era gerenciado através de um controle dos impostos federais, que incidiam sobre o mesmo, bem como, os preços do petróleo repassado as refinarias nacionais eram calculados de acordo com os valores gastos para a sua extração e não de acordo com o mercado internacional. Portanto, se o Brasil conseguia extrair o petróleo a 9,00 dólares o barril, no caso do pré-sal, adicionava-se um pequeno lucro pela exploração por pate da Petrobras e ele era repassado a preços muito abaixo do mercado internacional para as refinarias brasileiras. Assim, a Petrobras tinha lucro e cumpria o seu papel social junto a sociedade brasileira, que é de trazer combustíveis a preços razoáveis para a população.

Quando mudou esse modelo, colocou-se os interesses internacionais e dos acionistas acima dos interesses da sociedade brasileira, ocasionando o caos em que vivemos nas ultimas semanas devido a justa greve dos caminhoneiros. Empresa pública deve defender os interesses nacionais e não apenas do mercado. Pedro Parente e Michel Temer inverteram a lógica de forma que nenhuma empresa do modelo da Petrobras já havia feito no mundo. Pela lógica aplicada pelos dois no mercado nacional, é como se o Brasil fosse totalmente dependente do Petróleo internacional, sendo que o país na verdade é auto suficiente nesse quesito depois das explorações do pré-sal. É uma lógica totalmente absurda de mercado, onde quem sai na vantagem são apenas acionistas que não geram riqueza nenhuma para o país e quem sai no prejuízo é exclusivamente o povo que paga essa conta, com os preços abusivos dos combustíveis.

Além disso, com o aumento dos preços do petróleo repassados as refinarias, os preços do refino brasileiro passaram a ficar menos interessantes do que a do mercado internacional, fazendo com que a Petrobras aumentasse a sua venda do Petróleo bruto para o exterior e aumentasse também a sua compra de derivados a preços internacionais, deixando ociosa a capacidade de refino brasileiro, algo que gera impacto substancial na nossa balança comercial. É uma política totalmente de defesa dos interesses internacionais em detrimento dos interesses nacionais. Algo que chega a beira do absurdo. Em uma nota lançada pelos professores de Economia da UFRJ afirmam que essa opção tomada pela Petrobras geram prejuízos anuais ao Brasil de pelo menos 740 milhões anuais, pela ociosidade das nossas refinarias em detrimento da compra de combustíveis e geração de empregos em países estrangeiros a preços muito mais caros de que se o refino fosse realizado no Brasil.

O Brasil precisa acordar dessa lógica privatista e entreguista já vista no passado nos governos de FHC, que são práticas corriqueiras dos governos do PSDB, antes que a nossa empresa mais valiosa esteja toda retalhada e privatizada.

Anderson Silva

Para mais informações a respeito da Petrobras: acesse o nosso canal no youtube:

sábado, 27 de janeiro de 2018

A justiça que condena sem provas!

O ex-presidente Lula foi condenado no decorrer da semana sem nenhuma prova de que ele era o dono do Triplex no Guarujá atribuído a ele por um delator da Lava-Jato. Todas as provas do processo demonstravam que o apartamento era de propriedade da OAS, inclusive, o mesmo foi penhorado para pagar dívidas da empresa, entretanto, esses fatos para os desembargadores do TRF-4 que julgaram Lula não vem ao caso. Para eles mais vale a palavra de um delator pressionado a sair da cadeia e que para isso precisaria denunciar Lula do que os documentos registrados em cartório que comprovam o contrário. 


No decorrer dessa semana ficou claro que a nossa democracia chegou mesmo ao fundo do poço. Primeiro a população, cujo todo o poder deve emanar dela, segundo a Constituição Federal, elege uma presidente e ela é cassada sem crime de responsabilidade previsto na Constituição, claramente, com aval de boa parte do sistema judiciário incluindo o STF. 

Depois disso, temos um ex-presidente, melhor colocado nas pesquisas de intenção de voto que precisa também ser retirado das eleições, já que é ele que o povo quer para o governo do país, entretanto, ele não é o que a burguesia, o judiciário e a mídia corporativa quer como presidente. Então o que fazer? Condena-se o candidato a presidência sem nenhuma prova, só para que ele não possa se candidatar. Em síntese, primeiro se retira uma pessoa eleita pelo povo, depois o judiciário retira aquele em que o povo quer eleger para governar o país pelos próximos anos. Que democracia é essa?

É a democracia burguesa brasileira. Os votos só tem valor quando são a favor da burguesia e de seus interesses, quando de alguma forma está a favor do povo, não vale. Todo o poder nesse caso emana da burguesia, de seus sistemas jurídicos e midiáticos, que tem o direito inclusive de passar por cima da Constituição como se ela nunca tivesse existido. 

O mundo através dos seus editoriais e reportagens jornalísticas já entendeu o que acontece no Brasil. Jornais como o New York Times, Le Monde e El Pais publicaram reportagens criticando a condenação do ex-presidente Lula sem provas com o objetivo claro de retirá-lo das eleições. O Le Monde em seu editorial fez a crítica mais intensa ao sistema judiciário brasileiro ao dizer que “O Brasil é uma democracia em decadência”. Pelos motivos expostos, principalmente, por não poder escolher quem quero que governe o meu país, a decadência dessa democracia já chegou a muito tempo, o seu fim só foi endossada no decorrer dessa semana com a condenação de Lula.

O pior de tudo isso é o precedente que essas ações trazem para o sistema jurídico brasileiro. Uma vez que um ex-presidente, reconhecido e respeitado internacionalmente pode ser condenado sem nenhuma prova, o que poderá ser feito com um cidadão comum daqui pra frente no Brasil? Todos aqueles desembargadores sabem que não existe fato gerador para a condenação de Lula, ou seja, nada que comprove que aquele apartamento pertenceu a ele, entretanto, o condenaram como se isso fosse o que menos se importasse naquela ocasião. Imaginem o que a justiça faz ou pode fazer com um cidadão comum que não tem todo o aparato de defesa e o reconhecimento mundial que Lula possui?

É uma pena muito grande ver o meu país chegar a uma situação como essa. O poder judiciário tornou-se um poder moderador no Brasil. Para contextualizar, poder moderador era utilizado normalmente na época do império, o qual existiam-se os demais poderes, entretanto, o poder moderador poderia tomar decisões baseadas na opinião do imperador que sobrepunha as decisões tomadas por todos os demais poderes. Hoje a justiça, manifestadamente burguesa do Brasil, define quem pode ficar no poder e quem pode ser candidato ao poder no Brasil, modificando um princípio básico da nossa Constituição. De forma prática o que essa decisão fez foi alterar alguns pontos dela, afinal de contas, depois dessa decisão ficou claro que o povo não tem mais nenhum poder. Deveriam criar um acordão judicial definindo que: "Todo poder emana do judiciário burgues do Brasil, inclusive, o de receber acima do teto Constitucional e o de definir quem pode e quem não pode ser candidato no Brasil. Assim, pelo menos decisões como essas seriam aos olhos do que prevê a Constituição".

Anderson Silva