sábado, 14 de janeiro de 2017

Perspectivas brasileiras para 2017: Com Temer no poder tudo continuará de mal a pior

O que esperar para o ano de 2017 no Brasil? Aumento nos índices de desemprego, queda na arrecadação estatal, queda na atividade econômica, queda no PIB, perda de renda dos trabalhadores, perda de direitos trabalhistas e sociais. Se nada for feito o governo Temer levará os trabalhadores brasileiros de volta a miséria e a fome


O Brasil mergulhou em um caos financeiro após o processo de ruptura institucional ocasionado pelo Impeachment. Como disse o próprio Michel Temer antes de tomar o poder da presidente eleita democraticamente Dilma Rousseff: "o Impeachment geraria uma crise institucional", que certamente traria consigo uma generalizada insegurança jurídica. Pelo menos nessa previsão ele estava certo.

Qual investidor irá investir em um país sem regras claras, que essas podem ser modificadas ao bel prazer dos legisladores, do judiciário nacional ou, pior ainda, da mídia? Qual o investidor que irá investir em um país em que seus políticos se mostram cada dia mais ligados a escândalos de corrupção? Qual investidor irá investir em um país que o governo é rejeitado por mais de 90% da população?

O que faz uma economia ser forte é o seu indice de confirnaça, segurança e previsibilidade, tudo que o Brasil não tem agora. Com a queda do governo eleito todos esses aspectos foram estilhaçados. Então nesse cenário o que esperar para o ano de 2017?


Os índices de desemprego que hoje encontram-se em quase 12% tendem a crescer, pelo menos, mais dois por cento e chegar a 14% ou no pior dos cenários à 16% em 2017. Lembro que todos os indicadores e projeções econômicas do governo Dilma antes do processo de Impeachment, previam que a economia brasileira estava passando por um momento de queda cíclica causada pela crise internacional mas, que o país teria uma retomada em pouco tempo. A previsão era que já no segundo semestre de 2016 o país teria uma estabilização e o desemprego começaria a perder força, estagnando e reduzindo o seu índice ainda em 2016.

A atividade econômica afetada pelas medidas de ajuste fiscal do governo que cortará investimentos em praticamente todas as áreas sociais e de infraestrutura também tende a ser reduzida no ano de 2017, ou seja o mercado irá perder ainda mais vendas, e isso também será ocasionado pela falta de demanda dos consumidores, que pouparão os seus recursos, primeiro pela insegurança em gastar, segundo pelo desemprego que estará ainda maior. As projeções do governo anterior previam uma retomada da atividade econômica para o quarto trimestre de 2016, ou seja, se não tivessem feito a ruptura institucional já estaríamos em uma situação de retomada econômica o que provavelmente não ocorrerá nem durante o ano de 2017.

A baixa atividade econômica afeta também a arrecadação estatal, que contando com o índice de inflação no ano de 2016 terá uma queda entre 8% e 9%. Para o ano de 2017 esse cenário também não vai melhorar. Enquanto o governo anterior previa um deficit fiscal de 96 bilhões nas ultimas projeções do governo Dilma para o ano de 2016, Temer praticamente dobrou esse deficit e o país tende a fechar suas contas de 2016 com um saldo negativo de mais de 160 bilhões. Para o ano de 2017 o governo já prevê um deficit em torno de 130 bilhões, algo jamais imaginado pelo governo Dilma, mesmo porque, o Congresso não aceitaria que ela fechasse as contas com tamanho rombo por dois anos consecutivos e os veículos de comunicação também avassalariam o seu governo perante a opinião pública como vinha fazendo com os dados econômicos antes do impeachment e hoje as mídias tratam todos esses dados negativos como se tudo isso estivesse normal.

Por fim, o nosso PIB é outro que tende a ficar mais um ano no vermelho. Alguns especialistas mostram dados muito positivos de que o PIB tende a crescer no ano de 2017, pelo menos 0,5%, índice que foi reduzido nas últimas sete projeções, saindo de aproximadamente 1,3% para os atuais 0,5%. Entretanto, já há economistas afirmando que o PIB Brasileiro pode ficar estável e que o governo e os economistas estão sendo otimistas em programar qualquer crescimento para o ano de 2017. Inclusive, já há economistas prevendo que pode ocorrer, até mesmo, uma nova queda no PIB nesse ano.

A unica ação que poderia interromper essa trajetória de quedas sucessivas no PIB brasileiro, já no ano de 2017 é uma mudança significativa de rumo na política econômica visando aumento do crédito e uma política de aquecimento da economia através de um aumento na demanda e investimentos pesados em infraestrutura, o que não acontecerá enquanto esse governo estiver no poder.

A partir dessas informações podemos chegar a algumas conclusões: A primeira é que uma crise  que era momentânea, devido a uma irresponsabilidade dos nossos congressistas e membros do judiciário se transformou em uma profunda depressão, que se caracteriza quando o país tem quedas sucessivas no PIB por pelo menos dois anos seguidos. A segunda conclusão é que se estivéssemos seguido com o governo anterior que foi eleito democraticamente, e se os poderes legislativo e judiciário tivessem mais responsabilidade e trato com a coisa pública não estaríamos passando por esse momento tão crítico da nossa história. A terceira conclusão é que com Temer na presidência esses índices não melhorarão substancialmente como o país precisa antes do ano de 2019, pois a política econômica dele é recessiva e aprofundará a nossa recessão pelos próximos anos, fora que o seu governo não tem credibilidade nem para o povo, nem para o mercado interno e muito menos para o mercado externo. O máximo que ele vai conseguir fazer se continuar no poder é retirar todos os direitos trabalhistas que o povo brasileiro conquistou durante anos e vender as nossas riquezas para os estrangeiros a preço de banana como tem feito no pré-sal.

Só há uma saída para que o país saia da crise em um médio prazo, talvez ainda nessa década, essa é o povo sair as ruas por eleições diretas, a partir disso, o governo Temer ser cassado, as eleições diretas ocorrerem e ser eleito um governo de esquerda que mudará as ações do governo federal criando políticas no intuito de voltar a incluir o povo no orçamento para que esses tenham crédito o mercado tenha demanda o Estado arrecade mais. Com isso o PIB do país voltará a crescer e voltaremos a ter um país rumo a prosperidade. Mas, para isso é necessário também que o novo governo tenha condições de governar e nesse ponto é fundamental que seja restabelecido o respeito entre os poderes legislativo, judiciário e executivo para que o novo presidente possa governar em um Estado de harmonia entre os poderes como está definido na Constituição Federal.

Espero que o povo acorde para esse cenário e exija diretas já o mais rápido possível. O governo é provisório, mas o estrago é permanente, quanto mais tempo ele ficar no poder maior será o estrago para as gerações presentes e futuras do nosso país.

Anderson Silva

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