A greve geral do dia 15 de março, um dia histórico!
Foi maior do que o esperado! O povo ontem demonstrou que não está nada satisfeito com as propostas de reforma da previdência e da reforma trabalhista que tramitam no Congresso. Segundo organizadores, os atos em todo o Brasil levaram mais de um milhão de pessoas as ruas.
O povo saiu as ruas ontem, dia 15 de março, contra o governo Michel Temer e suas propostas de Reforma da Previdência e Reforma Trabalhistas que vão impactar profundamente a vida classe trabalhadora em todo o país caso sejam aprovadas.

Boa parte das capitais pararam os serviços públicos como transporte, atendimentos básicos de saúde, escolas e o ato teve adesão também de trabalhadores da rede privada em várias cidades, especialmente, no âmbito da educação e do transporte.
A mobilização, certamente, foi maior do que o esperado pelo governo e pelos parlamentares, que a partir de ontem, ficarão um pouco mais receosos em aprovar os projetos da forma que foram enviados pela presidência, já que esse ano é vespera das eleições parlamentares de 2018.

Um movimento mais sindical e popular
Um dos grandes diferenciais do Ato do dia 15 de março foi a participação e organização mais incisiva das entidades sindicais, que demonstravam uma certa desarticulação no decorrer dos últimos anos, mas se uniu de forma coesa em torno da pauta contra a Reforma da Previdência. No decorrer do evento muitos cartazes foram espalhados, falas foram realizadas no intuito de esclarecer a população sobre os impactos que estas propostas poderão gerar aos trabalhadores.
A CUT, maior Central Sindical do país, já colocou que não aceitará essa Reforma que obriga os trabalhadores a contribuir mais, por mais tempo, recebendo menos quando se aposentar. Os movimentos sociais também estiveram presentes em grande número para reivindicar que os direitos sociais e trabalhistas sejam mantidos.
A participação de Lula
Lula, primeiro nas intenções de votos para as eleições presidenciais de 2018, esteve presente e foi ovacionado na Avenida Paulista, palco do maior ato do país. Na sua fala criticou as ações tomadas pelo governo que na sua visão só retiram direitos dos trabalhadores, criticou a política econômica que novamente retirou os pobres do orçamento causando o monstruoso desemprego que o país vive atualmente, a política externa e a venda de ativos dos brasileiros.
Como mensagem final do seu discurso deixou claro que o povo só vai parar de manifestar quando um governo for eleito democraticamente no Brasil.
O que está por vir
Nas próximas semanas o governo tentará articular a sua bancada no Congresso para aprovação dos dois projetos o da Reforma Trabalhista e o da Reforma da Previdência o mais rápido possível.
Na reforma trabalhista, Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados, tenta usar um artificio do regimento interno da câmara que possibilita que a reforma seja aprovada sem passar pelo plenário da casa. Mas, a oposição formada pelos partidos mais ligados a classe trabalhadora PT, PcdoB, PSOL, PDT e Rede, afirmam que podem recorrer ao STF, caso Maia insista em utilizar essa manobra.
Com relação a Reforma da Previdência, alguns parlamentares e partidos da base aliada do governo Michel Temer como PMDB, PSB, Solidariedade, entre outros, já começam a dar sinais de desgaste da proposta, afirmando que da forma que está ficou muito pesada para os trabalhadores. Ontem Renan Calheiros do PMDB no Senado, afirmou que o governo já inviabilizou a reforma da previdência, essa fala foi após os atos, quando os deputados discutiam a possibilidade de colocar em regime do urgência a votação que praticamente inviabiliza a greve para servidores públicos, que ao final da seção foi arquivada. Rodrigo Maia afirmou que da forma que a proposta foi enviada pelo Presidente Michel Temer ao Congresso dificilmente passará e que alguns pontos terão que ser flexibilizados para a sua aprovação.
É importante que o povo fique atento e em caso de necessidade volte a mobilizar o país contra essas reformas. Uma vez que elas sejam aprovadas, certamente, não teremos condições parlamentares para reverte-las no futuro, portanto, o momento de evitar o retrocesso é esse. Os cidadãos devem pressionar os deputados de sua região, os partidos políticos que apoiam a reforma e indicar para eles que serão inviabilizados nas próximas eleições caso essas reformas sejam aprovadas no Congresso.
Anderson Silva
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