domingo, 18 de junho de 2017

PSDB abandona de vez os seus eleitores honestos e decide ficar com Temer

Com a decisão de se manter na base do governo, depois dos diversos escândalos de corrupção envolvendo o presidente Michel Temer e o ex-presidente do partido Aércio Neves, o PSDB deixa de vez os seus eleitores honestos de lado para defender abertamente a corrupção que eles diziam combater.


Por algumas vezes durante a tentativa de Impeachment da presidente Dilma Rousseff o PSDB e seus principais representantes foram chamados de moralistas sem moral no Congresso Nacional. E com o tempo foi demonstrado que esse é o termo que mais se enquadra ao partido. 

O presidente do partido naquele momento Aércio Neves, que disputou as eleições no segundo turno contra a então presidente Dilma, era um dos mais agressivos nos ataques a presidente durante o seu julgamento, com suas falas sempre moralistas de que o PT era uma organização criminosa. 

Com o tempo passando as máscaras foram caindo. Após a queda da presidente Dilma a Lava Jato parou de vazar informações de forma seletiva e começou a abrir as informações dos seus inquéritos para a população. E o que se viu após essa abertura de informações é que a corrupção é quase que generalizada no nosso sistema político e, que, aqueles que julgavam serem inocentes, eram os maiores envolvidos na corrupção, leia-se, Michel Temer, citado por Joesley da JBS como chefe de uma organização criminosa e Aécio Neves que recebeu propinas com gravações e imagens comprovando o recebimento da mesma JBS.

Eduardo Cunha o principal responsável pela aceitação do processo de Impeachment da presidente Dilma foi preso meses depois, após perder o fórum privilegiado. Demonstrando que os grupos de interesses que mais queriam a derrubada da presidente eram os principais articuladores da corrupção institucionalizada que se tornou o nosso Congresso Nacional. 

Nessa semana após muitas pressões, o PSDB, decidiu realizar uma reunião para definir se continuaria na base aliada de Michel Temer do PMDB ou não. Lembrando que o governo dele é rejeitado por mais de 90% da população. A decisão de se manter no governo impactava em duas questões principais:

1 – Aércio Neves – O ex-presidente do PSDB possui vários inquéritos no STF em andamento e para ter o seu mandato cassado precisa de uma aprovação do plenário do Senado, conforme rege a Constituição. Caso ele seja cassado os seus processos serão enviados a primeira instância, podendo ser rapidamente preso. 

2 – Michel Temer – O atual presidente, no decorrer dos próximos dias, possivelmente, será denunciado a pedido do Procurador Geral da República. Para que essa investigação dê seguimento é necessário que o parlamento brasileiro autorize a investigação ao presidente e, essa autorização só ocorreria caso o PSDB estivesse na oposição ao governo, pois, com o PSDB na base aliada, Temer tem a maioria no Congresso. Outro fator importante para Temer manter o apoio do PSDB a qualquer custo é que, um Impeachment só pode ocorrer se dois terços do Congresso votarem a favor, nesse caso, mantendo o PSDB no governo, essa chance é remota, já que com o PMDB eles possuem um grande número de parlamentares. 

Portanto, enquanto o PSDB estiver no governo, há poucas chances de mudança no nosso cenário político, com relação a queda de Michel Temer e a mudança nas reformas que estão previstas para ocorrer, Reforma Trabalhista e da Previdência, todas elas apoiadas fortemente pelo PSDB. 

A negociação com Michel Temer e o PMDB se deu da seguinte forma: o PSDB ameaçou deixar o governo que eles colocaram no poder após o escândalo da JBS. O PMDB disse ao PSDB que se eles deixassem o governo, o PMDB votaria em peso pela cassação de Aércio Neves do Senado. Ao ver que as perdas de ter o seu ex-presidenciável condenado pela justiça após a perda do mandato poderiam ser muito impactantes para o partido, os seus principais políticos resolveram manter o apoio ao governo em troca de uma possível absolvição de Aércio no Senado com o apoio do PMDB.

Como pode ser observado é a troca da justiça pela injustiça. É a troca da decência pela indecência. É a troca clara e perante a toda uma população da honestidade, pela desonestidade. É a troca da anticorrupção, pela corrupção. É isso que representa essa aliança entre o PSDB e o PMDB no momento, puro fisiologismo, coronelismo em busca da manutenção do poder a todo custo em detrimento dos interesses do povo que clama por justiça e punição aos corruptos. 

Assim voltamos a introdução do nosso texto: Há um termo melhor para definir Aércio Neves, o PSDB, o PMDB e os demais da base aliada desse governo que retiraram uma presidente legitimamente eleita pelo voto popular, o qual não tinha envolvimento com nenhum crime de corrupção, para colocar uma verdadeira organização criminosa no poder, do que moralistas sem moral?

Se conseguirem encontrar, por favor coloquem nos comentários, porque eu não consegui ainda. Talvez a fala do Requião: Canalhas, canalhas, canalhas reflete melhor um termo para definir essas alianças, mas moralistas sem moral, pelo contexto, ainda parece mais apropriado. 

Que o povo brasileiro possa ver essas ações de seus representantes no legislativo e possam ter a coragem de assumir que tem uma parcela de responsabilidade por tantos corruptos estarem assumindo os rumos de um país tão grande como o nosso. Ou mudamos esse Congresso Nacional colocando pessoas e partidos que realmente respeitam a vontade popular ou continuaremos nesse mar de corrupção, perdendo direitos, sem justiça social, sem voz e sem perspectivas de um futuro melhor.

Anderson Silva

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